Imagem do esplendor divino que nos ofusca e transcende, os retábulos em talha dourada são bem o reflexo da vivência lusófona, aquém e além-mar, a par com os alegres altares com forte policromia de gosto tão popular.

Colocados em locais com ambientes agressivos, onde imperam as humidades e temperaturas oscilantes, invadidos por insectos xilófagos que lhe consomem as madeiras, sujeitos a recuperações a alterações ao longo dos tempos e à actividade humana quotidiana, os retábulos apresentam, na maioria dos casos, numerosas e graves patologias.

Desinfestar entrando no seu interior, consolidar madeiras cuja estrutura se apresenta profundamente alterada, remover elementos de recente introdução incompatíveis com a obra original, consolidar e rebater douramentos e policromias, reconstituir ornatos talhados, uniformizar lacunas e proteger as superfícies contra as agressóes do meio ambiente.

Trabalho de equipa pela necessidade de execuções qualificadas e diferenciadas, a recuperação de retábulos necessita, sempre, de encontrar o equílibrio entre a peça de arte e o espírito religioso da sua funcionalidade.