Ofício maior na área da conservação e restauro, a pintura, sobre tela, madeira ou outro suporte, exige vastos conhecimentos, desde a química ao estudo da estética, e uma experiência prática prolongada e diversificada.

Formada por camadas sobre camadas de massas de preparação do suporte, de tintas, de velaturas e de vernizes, as suas patologias têm origem nas transformações intrínsecas dos seus materiais constituintes, bem como nos factores condicionantes do ambiente onde se encontra e nas vicissitudes da sua história.

Os suportes perdem a sua resistência estrutural, levando rapidamente à perca da camada cromática, obrigando, nestes casos, a uma consolidação ou mesmo reforço com suporte suplementar.

A minuciosa remoção química de vernizes profundamente oxidados e escurecidos, operação delicada que permite preservar velaturas intencionais do artista e restituir o esplendor colorido original.

O rigor de reintegração cromática de lacunas, o saber e experiência da mistura das cores, permite restituir a plenitude da leitura estética da pintura, sem interferência na criação artística original nem confusão entre materiais antigos e modernos.